À admissão da paciente no serviço, observou-se lesão expansiva selar e suprasselar com isosinal, alto sinal e áreas císticas e intenso realce pós-contraste. Havia extensão para o hipotálamo, clívus e seios cavernosos, com envolvimento das artérias carótidas, cerebrais anteriores e quiasma óptico. A hipófise, a haste hipofisária e o tuber cinério não foram individualizados. Eram observados ainda modificações pós-cirúrgicas cranianas, com interposição de retalho no assoalho selar.
Considerando a localização, os marcadores tumorais e os achados de imagem, pode-se estreitar o leque de diagnósticos diferenciais das lesões selares e suprasselares na faixa etária pediátrica, sendo os mais relevantes: craniofaringioma, meningioma, glioma, cordoma e, histiocitose de células de Langerhans e tumores de células germinativas (TCG).
Os TCG primários do sistema nervoso central são raros e podem ser classificados em germinomas e tumores não germinomatosos (ex: carcinoma embrionário, tumor do seio endodérmico, coriocarcinoma, teratoma). Os germinomas são mais prevalentes em crianças/adultos jovens e no sexo masculino. São os TCG mais frequentes e não possuem marcadores tumorais específicos, sendo a localização mais frequente a glândula pineal (80-90%).
Os tumores localizados na região suprasselar cursam com alterações neuro-oftalmológicas, obesidade, diabetes insipidus, hipernatremia, retardo de crescimento hipopituitarismo e, tardiamente, hidrocefalia.
A base do tratamento para os germinomas intracranianos localizados é a radioterapia, com excelente sobrevida após tratamento combinado com quimioterapia, apresentando resposta eficaz mesmo em caos de recidiva. Cerca de 15% dos pacientes com germinomas apresentam recorrência local e/ou disseminação leptomeníngea, ocorrendo predominantemente na área subependimária periventricular.
Embora o diagnóstico definitivo do germinoma seja anatomopatológico, a imagem é fundamental para estabelecer diferentes, identificar complicações locais e avaliar a extensão da lesão, orientando assim o planejamento terapêutico (cirúrgico x não cirúrgico).
Cita-se ainda o papel essencial na distinção de alterações pós-terapêuticas e recidiva.
Telerradiologia – Para definir exatamente o que é telerradiologia, um bom lugar para começar é definir primeiro a palavra radiologia. A radiologia é um tipo de técnica de imagem que os médicos usam para obter imagens da parte interna do corpo. Isso geralmente é feito para tratamento ou diagnóstico. Ultra-sons, ressonâncias magnéticas e raios-x são exemplos.
Agora podemos adicionar o prefixo “tele” à radiologia. Pense na palavra “telefone”, que se refere a um dispositivo que permite ligar para alguém que está em um local diferente. Quando aplicado à telerradiologia, significa que as imagens são enviadas para um local diferente. As imagens, juntamente com os estudos realizados nas imagens, são enviadas para profissionais ou médicos que estão em um local diferente.